REVISTA COMÉCIO & MERCADO

SUMÁRIO

Perto do Primeiro Mundo

 

Não cabe fazer comparações quanto aos desequilíbrios da apropriação da renda no Brasil em relação aos países mais desenvolvidos. Mas, no tocante à estabilidade econômica, o Brasil tem feito o dever de casa, procurando, por meio do controle inflacionário em simultâneo, implementar medidas que possam melhorar a distribuição e, assim, reduzir as desigualdades. Nesse sentido, tem cumprido papel importante ao expandir o mercado interno de consumo a camadas sociais antes alijadas desse processo por causa da deterioração dos seus rendimentos e da falta de crédito.

 

Em dezembro de 2009, a inflação brasileira medida pelo IPCA subiu 0,37% – abaixo de novembro (0,41%) -, fechando o ano em 4,31%, sendo a menor desde 2006, uma das baixas ao longo do curso do real e inferior à de 2008, que ficou em 5,9%. Sobre o resultado dos últimos exercícios, tento para a competência da autoridade monetária, que conseguiu estabilizar preços médios bem próximos à meta de 4,5% estabelecida para o triênio 2008-2010, que pode variar no intervalo entre 2,5% e 6,5% ao ano. Mesmo tendo metodologia diferente, porque contém na sua estrutura 60% do peso dos preços no atacado, os quais sofrem bastante influência do comportamento do dólar, endossa o sucesso do combate à inflação no Brasil a deflação acumulada pelo IGP-M de – 1,72%. Real apreciado, importações em alta, demanda relativamente estabilizada e nível de produto ofertado em equilíbrio com o demandado são algumas das razões para explicar a inflação do IPCA em patamar condizente com a meta.

 

No contexto de inflação de baixa no mundo e de recessão econômica, a estabilidade inflacionária sugere que a moeda brasileira mantém poder de compra e que o problema não será recidivo – como nos anos 1980 e até meados de 1990 -, inserindo o País no conjunto dos que possuem taxa anual estável na casa de um dígito, diferentemente do que acontece em outros, como, por exemplo, Rússia (12,2%), Paquistão (14,2%), Venezuela (27,3%), Egito (10,1%), Ucrânia (16,5%) e Islândia (12%).

 

Para 2010, as projeções sã ode o mundo saia de recessão; até porque é estimado que EUA, Japão e Alemanha consigam recuperar-se, incrementando o comércio internacional com os países da zona do euro. No contexto dos prognósticos de expansão econômica, China, Índia e Brasil puxam o produto global com mais intensidade do que o resto do mundo.

 

Do real para cá, o Brasil tem conseguido mudar, e para melhor.

Uma prova são os indicadores que retratam o País numa situação diferente do que se costumava observar quando era mais vulnerável a crises externas. Se mantidas as conquistas da estabilidade e se for possível crescer no mesmo ritmo de 2007/2008 e 2010, estão previstos para os anos vindouros indicadores bem melhores, o que nos aproximaria da situação dos países do Primeiro Mundo em pouco mais de uma década.

 

Produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo.